Ativismo Religioso: Entre o Zelo e o Fanatismo

* Por Rilson Mota

08/07/2024 15H13

* Por Rilson Mota

Nos dias de hoje, o termo "ativista religioso" tem sido utilizado de maneira indiscriminada, especialmente nas redes sociais. Muitos associam qualquer expressão pública de fé ou qualquer defesa de princípios bíblicos a um ativismo religioso. No entanto, há uma distinção crucial entre o evangelho puro e simples e o ativismo religioso, que precisa ser esclarecida.

Eu respeito todas as pessoas e seus credos, pois creio que todos devem ter a liberdade de seguir suas convicções espirituais. Contudo, não posso ignorar a crescente tendência de rotular qualquer manifestação de fé cristã como ativismo religioso. Isso muitas vezes é feito de maneira errônea e sem o devido conhecimento, e me sinto provocado a explicar o que realmente significa ser um ativista religioso e como Cristo lidou com esse tipo de comportamento.

O Que é um Ativista Religioso?

Um ativista religioso é alguém que utiliza a religião como base para promover mudanças sociais, políticas ou culturais. Esse ativismo pode ser positivo, quando visa promover justiça e amor, ou pode ser negativo, quando se torna fanático e intolerante. Segundo o teólogo John Stott, "o cristão deve ser a consciência moral da sociedade, mas sem impor sua fé pela força" (Stott, 2006).

O Que é Ativismo Religioso?

O ativismo religioso pode ser definido como a prática de defender e promover causas ou valores religiosos em esferas públicas e políticas. No entanto, é importante discernir entre ativismo saudável e fanatismo. A Bíblia nos adverte contra o zelo sem entendimento: "Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento" (Romanos 10:2). Isso mostra que é possível ser fervoroso em sua fé, mas ainda assim agir de maneira errônea.

O Comportamento de um Ativista Religioso

O comportamento de um ativista religioso pode variar amplamente. Alguns se envolvem em atos de serviço e caridade, buscando refletir o amor de Cristo. Outros, infelizmente, podem se tornar fanáticos, impondo suas crenças e condenando aqueles que não compartilham da mesma fé. Jesus nos advertiu contra essa atitude: "Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando" (Mateus 23:13).

Cristo e o Fanatismo Religioso

Jesus Cristo abordou o fanatismo religioso com firmeza e compaixão. Ele desafiou os fariseus, que eram zelosos na observância da lei, mas careciam de misericórdia e justiça: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e intemperança" (Mateus 23:25). Cristo nos chama a uma fé autêntica, que se manifesta em amor e compaixão, não em condenação.

Fundamentação e Referências

Para fundamentar essa reflexão, é essencial recorrer a pensadores cristãos e às Escrituras. O teólogo Dietrich Bonhoeffer afirmou que "o verdadeiro teste de uma sociedade justa é o modo como ela trata os mais vulneráveis" (Bonhoeffer, 2005). Além disso, o apóstolo Paulo nos exorta a ser "imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós" (Efésios 5:1-2).

Conclusão

Portanto, ser um cristão comprometido não deve ser confundido com ativismo religioso fanático. Nosso chamado é para viver e proclamar o evangelho puro e simples, respeitando todas as pessoas e seus credos, enquanto demonstramos o amor de Cristo através de nossas ações. É essencial distinguir entre um ativismo saudável, que promove justiça e compaixão, e um fanatismo que condena e impõe. Que possamos ser agentes de mudança positiva, refletindo a graça e a verdade de Jesus em todos os aspectos de nossas vidas.

Referências:

- Bonhoeffer, D. (2005). Discipleship.

- Stott, J. (2006). Christian Mission in the Modern World.

* Pr. Rilson Mota - Comunidade Evangélica Amor Real

Independente

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