Como a duplicata escritural vai trazer mais segurança às operações de antecipação de recebíveis?

Modelo digital vai reduzir fraudes, ampliar rastreabilidade e dar transparência a operações bilionárias no mercado financeiro

31/10/2025 16H01

Foto: Freepik

A duplicata escritural, que será implementada gradualmente no Brasil, promete transformar de forma estrutural o mercado de antecipação de recebíveis. O novo modelo digital, que substituirá as versões em papel e documentos eletrônicos não padronizados, busca eliminar um dos maiores pontos de vulnerabilidade das operações tradicionais: o risco de duplicidade, falsificação ou ausência de lastro documental.

Com o avanço da obrigatoriedade, as duplicatas passarão a ser registradas por entidades autorizadas pelo Banco Central, sem o uso de documentos físicos. Quando plenamente adotado, o sistema permitirá que toda movimentação seja registrada em plataformas integradas e auditáveis, criando um ambiente mais seguro para credores, empresas e investidores.

Fraudes e duplicidades devem se tornar cada vez mais difíceis

Hoje, algumas operações de antecipação de recebíveis ainda dependem de arquivos enviados manualmente ou de sistemas próprios de cada empresa. Essa fragmentação abre brechas para a emissão de títulos duplicados, endossos não autorizados e outras práticas que colocam o mercado em risco.

Com a duplicata escritural, cada título será único, terá rastreamento completo e não poderá ser negociado mais de uma vez, porque o sistema registra cada transação. A expectativa é que essa padronização reduza significativamente o risco de lastro inexistente, aumentando a confiança das instituições financeiras e permitindo condições de crédito mais competitivas para as empresas

Transparência que fortalece a confiança entre empresas e financiadores

Outro ponto destacado é a melhoria na governança. A duplicata escritural permitirá que todas as etapas, da escrituração à liquidação, sejam monitoradas em tempo real por instituições financeiras, reduzindo dúvidas e disputas sobre a validade dos títulos.

Para grandes companhias que mantêm programas de antecipação de recebíveis para seus fornecedores, o novo modelo trará mais transparência e segurança operacional. Cada negociação será validada, vinculada a uma transação comercial legítima e devidamente registrada em entidades supervisionadas pelo Banco Central.

Essa confiabilidade deve fortalecer os programas de risco sacado, em que os fornecedores conseguem antecipar seus recebíveis com base na reputação de crédito das grandes empresas compradoras.

Um novo padrão de segurança em formação

A transição para a duplicata escritural representa mais do que uma mudança tecnológica, é um novo marco de segurança e transparência nas operações de antecipação de recebíveis. Embora sua adoção ainda seja gradual, o modelo já é visto como um passo fundamental para fortalecer a confiança no mercado e reduzir fraudes. À medida que a obrigatoriedade iniciar e se estender, o sistema tende a melhorar a qualidade dos títulos negociados e criar um fluxo financeiro mais eficiente e rastreável.

 

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