Em uma ação que revela a dimensão do descaso ambiental no interior do Paraná, a Polícia Militar Ambiental identificou e autuou um grave crime ecológico em Inácio Martins nessa quarta-feira (2 de julho). A operação, que envolveu o uso de tecnologia de georreferenciamento, detectou a destruição de 14,56 hectares de vegetação nativa em plena Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Esperança — uma das regiões de maior importância ecológica do Sul do Brasil.

A devastação foi registrada durante uma vistoria minuciosa em quase 700 hectares de área rural. O laudo técnico apontou que o desmatamento não apenas atingiu Áreas de Preservação Permanente (APPs) — fundamentais para a proteção de rios, nascentes e encostas — como também afetou espécies vegetais ameaçadas de extinção, como imbuia, xaxim e o simbólico pinheiro araucária, árvore símbolo do Paraná e patrimônio natural do país.

Segundo informações da Polícia Ambiental, o proprietário da área não possuía qualquer autorização dos órgãos ambientais para realizar qualquer tipo de intervenção. O dano, portanto, configura crime ambiental de alto impacto. O infrator foi autuado em R$ 216.000,00 e responderá criminalmente por danos ambientais irreparáveis. A área foi imediatamente embargada como medida de contenção de novos prejuízos.

A APA da Serra da Esperança, criada para preservar remanescentes da Mata Atlântica e garantir o equilíbrio climático e hídrico da região, vem sofrendo com pressões constantes do agronegócio e da exploração ilegal de madeira. Esta ação é mais um capítulo da disputa entre a proteção ambiental e o avanço desordenado da atividade humana sobre áreas sensíveis.

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