O valor que não cabe na carteira

* Por Fran Rocha

14/08/2025 14H10

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* Por Fran Rocha

Vivemos numa época em que fazemos de tudo para que nossos filhos tenham uma vida mais confortável do que tivemos. Compramos o tênis da moda, levamos ao restaurante que eles gostam, garantimos o celular de última geração, pagamos cursos, passeios e viagens. E, muitas vezes, sem que eles precisem pedir duas vezes.

O problema é que, nessa tentativa de oferecer o melhor, corremos o risco de criar uma geração que não entende de onde vem o dinheiro — e muito menos o esforço para conquistá-lo.
Quando éramos crianças, sabíamos que certas coisas não “caíam do céu”: o brinquedo novo só chegava no aniversário ou no Natal, o passeio era planejado meses antes, e a palavra “parcelar” era comum no vocabulário da casa. Hoje, nossos filhos crescem achando que basta pedir — e pronto.

Eles veem o dinheiro apenas como um cartão passando na maquininha, sem suor, sem horas extras, sem noites mal dormidas. Não percebem que cada compra, cada viagem, cada capricho, é resultado de horas de trabalho, preocupações e escolhas.

O valor do dinheiro não está apenas no que ele compra, mas no que ele custou para ser ganho. Se não ensinarmos isso, estaremos criando adultos que saberão gastar, mas não saberão conquistar.
Talvez seja hora de deixarmos de dizer “sim” tão fácil, e mostrar, na prática, que o mundo real exige esforço. Dar mesada com limite, incentivá-los a guardar, a ajudar em casa, a fazer pequenas tarefas remuneradas. Não para “explorar”, mas para ensinar.

E mais: é preciso mostrar que, embora o dinheiro seja importante, ele não é essencial para ter uma vida plena. Tão valioso quanto um presente é o tempo de qualidade: estar junto, ouvir de verdade, rir das pequenas coisas, cozinhar em família, contar histórias antes de dormir. Esses momentos não custam nada, mas são eles que, no futuro, nossos filhos guardarão como o maior tesouro.

O que não ensinamos hoje, a vida cobra amanhã — e a conta, acredite, não vem parcelada.

Fran Rocha

A vida muda todos os dias, e nós temos que mudar com ela. Ser quatro em um já faz parte das nossas vidas e o segredo é sermos felizes e aprender muito com os ensinamentos da vida. Você vai se identificar, em algum momento, com o que tenho para contar

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