Pedro Moraes lança “manifesto regional” e tenta vestir a faixa de prefeito em Guarapuava

* Por Rogério Thomas

01/10/2025 13H51

Guarapuava será palco nesta quarta-feira (1º de outubro), às 18h, no Centro de Eventos Cidade dos Lagos, da Assembleia Itinerante da Alep. Entre discursos e protocolos, um movimento chama atenção: o presidente da Câmara de Vereadores de Guarapuava, Pedro Moraes (MDB), decidiu assumir o protagonismo e apresentar uma “Carta-Manifesto pelo Desenvolvimento Regional”, onde corre atrás do endosso de outros vereadores.

A iniciativa, no entanto, está sendo lida por muitos como uma manobra política para alavancar sua pré-candidatura a deputado estadual. Moraes, que deveria atuar restritamente no campo legislativo municipal, aparece agora como se fosse um gestor regional, tratando de pautas que são — claramente — atribuição do Executivo.

FUGINDO DA ALÇADA DE VEREADOR

Entre os pontos do manifesto estão duplicação de rodovias (BR-277, PR-170 e PR-466), a construção de um novo aeroporto regional, a inclusão da cidade na Nova Ferroeste e até a criação de um comitê permanente de desenvolvimento regional. Propostas ambiciosas, mas que não cabem à esfera municipal de vereadores.

Enquanto isso, a gestão do prefeito Denilso Baitala já conduz de forma estruturada projetos e diálogos institucionais voltados ao fortalecimento econômico e social de Guarapuava. O que Moraes tenta, ao que parece, é colar sua imagem a obras e investimentos de impacto — mesmo que isso não seja sua responsabilidade.

Ou, talvez, esqueça que há uma atuação grade, pra não dizer gigante, do deputado Artagão Junior, que também vice líder do governo na Assembleia Legislativa. Artagão conhece as demandas locais e regionais como ninguém, e atua diretamente com elas embaixo do braço diariamente.

ESTRATÉGIA ELEITORAL DISFARÇADA DE “PLANO REGINAL”

Ao chamar o movimento de “manifesto pelo desenvolvimento regional”, o presidente da Câmara adota um discurso de estadista, mas na prática age como pré-candidato em campanha antecipada. A entrega do documento durante um evento oficial com lideranças estaduais reforça o tom de vitrine política, cuidadosamente desenhada para ganhar espaço e manchetes.

O problema é que esse tipo de encenação pode gerar ruídos institucionais e esvaziar o verdadeiro papel da Câmara: legislar, fiscalizar e representar a população dentro da realidade do município.

COMO FUNCIONA O JOGO POLÍTICO?

Se por um lado o documento pode até reunir boas intenções, por outro levanta a pergunta:  - Estaríamos diante de um plano estratégico para a região ou apenas de um “cavalo de batalha” eleitoral travestido de política pública?

A resposta pode estar menos na força das ideias e mais no calendário eleitoral de 2026.

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Rogério Thomas

Formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em Comunicação Social - Bacharelado em Jornalismo. Já correu esse mundão de Deus, mas ainda não viu de tudo.

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