Esse Papai-Noel é o Lucas!

* Por Marcos Sidnei Skorupski

19/12/2023 09H32

* Por Marcos Sidnei Skorupski

Acredito que todo mundo tem alguma recordação singela e genuinamente natalina. Eu tenho uma imagem que não sai das minhas lembranças: com mais ou menos uns cinco ou seis anos, no finalzinho de tarde na véspera de natal. Já havia tomado banho – é claro, não existe um dia no ano tão eficiente para fazer crianças tomarem banho mais cedo, do que a véspera de natal – e estava aguardando o Papai-Noel chegar. E que trenó o que! Esse Papai-Noel vinha descendo a rua a pé mesmo! Com óculos de sol – atitude muito suspeita, não é? Veio mais que depressa, parou em frente ao portão e disse o mais sonoro “Ho-Ho-Ho! Feliz Natal!”. E eu, instantaneamente, descobri toda a verdade: aquele senhor de óculos de sol e roupa vermelha era o meu irmão!

Fiz questão de anunciar isso para a família: “esse Papai-Noel é o Lucas!”, e rebateram dizendo “não fale isso, ele é o Papai-Noel de verdade”. Ele (o Papai-Noel), bem que tentou contornar a situação, mas era tarde. Eu havia descoberto um dos maiores segredos da humanidade: o Papai-Noel, na verdade... era o meu irmão! Eu sabia que o mundo não acreditaria em mim, por isso, não fiz questão de divulgar muito.

E você? Que recordações têm do natal? Quais são as suas lembranças favoritas?

Recentemente, participei de uma arrecadação de brinquedos, que iriam ser entregues para crianças carentes. Vi pessoas de todos os jeitos: apressadas, alegres, preocupadas... E entre todas elas, uma senhora que, ao entrar na loja em que eu estava fazendo a campanha, me prometeu um presente. E quando saiu da loja, após fazer as compras, percebeu que havia esquecido do brinquedo que seria doado. Imediatamente, pediu para a sua filha entrar novamente na loja, escolher um brinquedo, enfrentar novamente a fila para o pagamento e enfim, doá-lo. Ela encontrou tempo para fazer uma boa ação, mesmo que as circunstâncias estivessem quase que a obrigando a continuar, dizer que estava com pressa e caminhar, quase que tropeçando em outras pessoas. Veja só que lição importante aprendi com essa senhora: para fazer o bem, muitas vezes, é preciso ter paciência, boa vontade e insistência.

Que a ceia, as decorações e os presentes nos ajudem a lembrar de que tudo isso é feito por algo que possui um sentido muito maior. Que a correria do final de ano não nos arraste para mais uma data que vai passar na velocidade da luz, sem nos ensinar nada. Que possamos parar e ver o que está acontecendo, e acima de tudo, dar sentido para estes momentos especiais, afinal, são eles que estarão, um dia, em nossas memórias. Quando descobri que o Papai-Noel era o meu irmão, não fiquei triste. Assim como na história da senhora e do brinquedo, veja só: quer um exemplo melhor de Papai-Noel do que pessoas que, no decorrer do dia a dia, encontram tempo para fazer coisas boas para outras pessoas que, muitas vezes nem conhecem? A magia não está na decoração, nas luzes ou presentes... Ela está e sempre esteve nas pessoas!

19 de Dezembro de 2023.

OPINIÃO

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